quinta-feira, 19 de outubro de 2023

O que se sabe sobre a explosão no Hospital Al Ahli

    A situação do hospital da Faixa de Gaza é uma das mais dramáticas consequências do conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla o território palestino desde 2007. O hospital árabe Al Ahli, um dos maiores e mais antigos da região, foi alvo de um suposto ataque aéreo israelense no dia 17 de outubro de 2023, que deixou centenas de mortos e feridos, além de causar grandes danos à infraestrutura e aos equipamentos médicos. Entretanto, pouco tempo após o incidente, o governo israelense foi incisivo em negar o ataque, apresentando videos que comprovariam que a explosão teria sido causada por uma falha de um míssil lançado pela Jihad Islamica. 

     Segundo o Ministério da Saúde de Gaza (controlado pelo Hamas), cerca de 500 pessoas morreram na explosão, que ocorreu por volta das 14h (horário local). Entre as vítimas, haviam pacientes, médicos, enfermeiros e funcionários do hospital, além de pessoas que buscavam refúgio no local. Muitos corpos ficaram irreconhecíveis ou mutilados pelos estilhaços. Outras centenas de pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave, e foram levadas às pressas para outros hospitais da região.

Hospital Al Ahli
 

    Em um primeiro momento, o mundo foi tomado por uma histeria coletiva similar a do incidente de um "suposto ataque russo a Polônia", em 15 de novembro de 2022. Na época com diversas meios de comunicação foram rápidos em acusar o governo russo pelo ataque (o que na prática levaria o mundo a um conflito sem precedentes). Posteriormente o caso foi anunciado como "um acidente causado por um míssil ucraniano" pela própria OTAN e o caso foi encerrado. Algo similar aconteceu nesse evento, com diversos meios de comunicação da Eruopa até a Asia sendo quase unânimes em anunciar a morte de 500 civis e ao ataque aéreo israelense. Entretanto na manhã seguinte, as imagens deixaram claro que os danos a estrutura do hospital não haviam sido tão significativos quanto se pensava anteriormente. Além disso as imagens do local da explosão apresentaram um cenário similar aos deixados pelos ataques com misseis realizados pelo Hamas em território Israelense. 

    Outra controvérsia esta diretamente ligada ao número de vítimas. Conforme uma reportagem do jornal Metropoles, um relatório da inteligência dos Estados Unidos estima entre 100 e 300 mortos na explosão do Hospital al-Ahli Arab, na Faixa de Gaza, na terça-feira (17/10), enquanto um serviço de informação da Europa, que pediu anonimato, falou a agências de notícias ter contabilizado “provavelmente entre 10 e 50” vítimas fatais pelo ataque. Inicialmente, o Ministério da Saúde de Gaza reportou até 500 mortes causadas pelo bombardeio.


Estragos causados pela explosão

    O ataque ao hospital foi classificado pelas autoridades palestinas como um "crime de guerra" e uma violação das leis humanitárias internacionais, que protegem os estabelecimentos de saúde em zonas de conflito. O Hamas acusou Israel de ter como alvo deliberado o hospital, que atendia centenas de doentes e feridos, e pessoas deslocadas à força de suas casas por causa dos bombardeios israelenses. O grupo islâmico prometeu vingança e disse que intensificaria os ataques com foguetes contra o território israelense. Entretanto isso levanta outro questionamento: o que Israel ganharia atacando um hospital durante a visita do Presidente dos Estados Unidos ao seu território?

Estragos causados pela explosão
 

    Apesar das informações controversas, se os números do  ataque ao hospital apontado pelo Ministério da Saúde de Gaza for confirmado. Esse terá sido o ataque ou acidente mais mortal das cinco guerras travadas entre Israel e o Hamas desde 2008


 

    É importante ressaltar, que mesmo que as causas dessa tragédia e o número de vítimas não sejam tão elevados quanto anunciado inicialmente, a situação em Gaza já pode ser considerada catastrófica. Segundo fontes dentro e fora do território,os hospitais estão sobrecarregados, o número de feridos é extremamente alto e há um fluxo constante em todos os hospitais da Faixa de Gaza. As equipes médicas estão exaustas, trabalhando sem parar para tratar os feridos. Faltam medicamentos, materiais cirúrgicos, sangue e oxigênio. A energia elétrica é escassa e intermitente. A água potável é rara e contaminada. O lixo se acumula nas ruas. As doenças se espalham rapidamente.

Estragos causados pela explosão na área próxima ao Hospital
 

    A comunidade internacional tem feito apelos para um cessar-fogo imediato e incondicional entre as partes envolvidas no conflito. Várias organizações humanitárias têm tentado enviar ajuda emergencial para Gaza, mas enfrentam dificuldades para entrar no território por causa do bloqueio imposto por Israel e Egito. A ONU alertou que a situação em Gaza é insustentável e que pode levar a uma crise humanitária sem precedentes na região.

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