quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Entenda porque o Egito não abre a Fronteira com Gaza?

    A fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza é um dos pontos mais sensíveis do conflito entre Israel e os palestinos. Essa fronteira é controlada pelo Egito, que tem um acordo de paz com Israel desde 1979, mas também mantém relações diplomáticas com a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia. A Faixa de Gaza, por sua vez, é dominada pelo grupo islâmico Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Portões de Rafah — Única passagem entre Egito e Faixa de Gaza
 

    A passagem de Rafah, que liga o Egito à Faixa de Gaza, é o único ponto de entrada ou saída do território palestino que não está sob o controle de Israel. Essa passagem é vital para o abastecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível para os cerca de dois milhões de habitantes de Gaza, que vivem sob um bloqueio econômico imposto por Israel desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder na região.

Fronteiras do Egito, Jordânia e Faixa de Gaza


    No entanto, a passagem de Rafah não está sempre aberta. O Egito fecha e abre a fronteira de acordo com seus interesses políticos e de segurança, que nem sempre coincidem com os dos palestinos. O Egito teme que o Hamas possa apoiar grupos extremistas que atuam no Sinai, uma península egípcia que faz fronteira com Gaza e Israel. Além disso, o Egito busca manter uma boa relação com Israel e os Estados Unidos, que pressionam para que a fronteira seja fechada como forma de isolar e enfraquecer o Hamas.

    O muro entre o Egito e a Faixa de Gaza é uma barreira física construída pelo governo egípcio para impedir a entrada de palestinos no território egípcio. O muro tem cerca de 14 quilômetros de extensão e 10 metros de altura, e é reforçado por câmeras, sensores e soldados armados. O muro foi iniciado em 2009, após o conflito entre Israel e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e foi concluído em 2010.

    O governo do Egito tem sido relutante em abrir a fronteira para a chegada dos palestinos que possam eventualmente querer fugir da guerra por vários motivos. Um deles é a preocupação com a segurança nacional, pois o Egito teme que o Hamas ou outros grupos radicais possam infiltrar-se no país e realizar ataques terroristas. Outro motivo é a pressão diplomática de Israel e dos Estados Unidos, que consideram o Hamas uma organização terrorista e querem isolar a Faixa de Gaza. Além disso, o Egito tem uma relação tensa com o Hamas, que é uma ramificação da Irmandade Muçulmana, um grupo político islâmico que foi deposto pelo exército egípcio em 2013.

Mohamed Morsi — Presidente deposto ligado a Irmandade Muçulmana



    A situação dos palestinos na Faixa de Gaza é muito difícil, pois eles sofrem com a escassez de alimentos, água, eletricidade, medicamentos e outros recursos básicos. Eles também estão sujeitos a frequentes ataques militares de Israel, que impõe um bloqueio econômico e político ao território desde 2007. A fronteira com o Egito é uma das poucas saídas possíveis para os palestinos, mas ela permanece fechada na maior parte do tempo. O Egito só abre a fronteira em casos excepcionais, como para permitir a passagem de doentes, estudantes ou peregrinos.


    O muro entre o Egito e a Faixa de Gaza é um símbolo da divisão e do sofrimento do povo palestino, que vive em um estado de guerra permanente e sem perspectivas de paz. A solução para esse conflito depende de uma negociação política entre as partes envolvidas, que respeite os direitos humanos e as aspirações nacionais dos palestinos.

 Veja o Vídeo: 



 

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