Os maiores arsenais nucleares do mundo pertencem aos Estados Unidos e à Rússia, que juntos possuem cerca de 90% das ogivas nucleares existentes. Esses dois países iniciaram uma corrida armamentista nuclear durante a Guerra Fria, um período de tensão política e ideológica que durou de 1947 a 1991. A corrida nuclear foi motivada pela busca de superioridade militar e estratégica, bem como pela dissuasão de um possível ataque do adversário.
A corrida nuclear foi motivada pela busca de superioridade militar e estratégica |
A história da corrida nuclear começou em 1945, quando os Estados Unidos lançaram as primeiras bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, encerrando a Segunda Guerra Mundial. Esses ataques demonstraram o poder devastador das armas nucleares e provocaram uma reação da União Soviética, que desenvolveu sua própria bomba atômica em 1949. A partir daí, os dois países passaram a competir pelo desenvolvimento de novas tecnologias nucleares, como bombas de hidrogênio, mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares e sistemas de defesa antimísseis.
A corrida nuclear atingiu seu ápice na década de 1960, quando ocorreram vários testes nucleares e crises internacionais, como a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962. Nesse contexto, os Estados Unidos e a União Soviética perceberam o risco de uma guerra nuclear que poderia destruir o planeta e iniciaram negociações para limitar e reduzir seus arsenais nucleares. Alguns dos principais tratados assinados foram o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) em 1968, o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (ABM) em 1972, os Acordos sobre Limitação de Armas Estratégicas (SALT I e II) em 1972 e 1979, o Tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 1987 e o Tratado sobre Redução de Armas Estratégicas (START I e II) em 1991 e 1993.
Vista aérea mostrando base de lançamento de mísseis em Cuba |
A corrida nuclear terminou com o fim da Guerra Fria e o colapso da União Soviética em 1991. Desde então, os Estados Unidos e a Rússia continuaram a reduzir seus arsenais nucleares por meio de novos tratados, como o Tratado de Redução de Armas Estratégicas Ofensivas (SORT) em 2002 e o Novo Tratado START em 2010. No entanto, esses países ainda possuem milhares de ogivas nucleares que representam uma ameaça à segurança global. Além disso, outros países adquiriram ou desenvolveram armas nucleares ao longo das décadas, como Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.
Teste nuclear do Atol de Biquíni em 1946
A influência internacional das armas nucleares é complexa e controversa. Por um lado, alguns argumentam que as armas nucleares contribuem para a estabilidade internacional, pois criam um equilíbrio de poder entre as grandes potências e impedem conflitos diretos entre elas. Por outro lado, outros afirmam que as armas nucleares aumentam a instabilidade internacional, pois geram riscos de acidentes, erros de cálculo, escalada ou proliferação nuclear. Além disso, as armas nucleares têm graves consequências humanitárias e ambientais em caso de uso ou teste.
Diante desses desafios, muitos países e organizações defendem o desarmamento nuclear como uma meta para a paz e a segurança mundial. Em 2017, foi adotado na ONU o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN), que proíbe todas as atividades relacionadas às armas nucleares e exige sua eliminação completa. O tratado entrou em vigor em janeiro de 2021 com a ratificação de 51 Estados. No entanto, nenhum dos países que possuem armas nucleares participou ou apoiou o tratado. Portanto, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar um mundo livre de armas nucleares.
Veja quais os maiores arsenais nucleares do mundo: