terça-feira, 1 de agosto de 2023

Koh-i-Noor — O Valioso diamante da realeza britânica

    O Koh-i-Noor é uma das gemas mais famosas e controversas do mundo, com uma história que se estende por mais de quatro séculos, repleta de conquistas, intrigas e disputas entre diferentes países e povos. Sua origem é cercada de incertezas, e várias versões sobre sua descoberta, corte e posse ao longo do tempo permeiam a narrativa. Desde menções em textos antigos em sânscrito e mesopotâmicos até sua passagem pelas mãos de líderes e imperadores como o sultão ʿAlāʾ-ud-Dīn Khaljī, o fundador da dinastia mogol Bābur e o imperador mogol Shah Jahān, o Koh-i-Noor foi cobiçado e transitou por diversos governantes e dinastias.

O nome Koh-i-Noor significa “Montanha de Luz” em persa. Uma referência
ao seu brilho e tamanho


    A história do diamante também está entrelaçada com o cenário de conquistas e invasões. Nāder Shah, da Pérsia, saqueou o diamante durante a invasão de Delhi em 1739, e a pedra passou pelas mãos de seus descendentes afegãos, os Durrānīs. Finalmente, foi adquirido pelos britânicos após a anexação do Punjab em 1849 e incorporado às joias da coroa da rainha Vitória após seu recorte em 1852 pelo joalheiro real Garrard de Londres. A despeito das falhas internas que resultaram em perda de tamanho, o Koh-i-Noor tornou-se uma joia deslumbrante, adornando diversos itens ao longo dos anos.

    A controvérsia em torno do Koh-i-Noor é intensa, especialmente por parte da Índia, que repetidamente exige a devolução da pedra, alegando que ela foi roubada ou obtida de forma ilegítima, além de ser considerada um símbolo da conquista colonial e da exploração do país. Outros países, como o Paquistão, o Afeganistão e o Irã, também reivindicaram sua propriedade. Até mesmo o Talibã no Afeganistão manifestou interesse em tê-lo de volta.

    A questão da devolução é tão delicada que a rainha Elizabeth II evitou usar a coroa imperial da Índia em suas visitas ao país, e o futuro Rei Charles III também absteve-se de usá-la em sua coroação para evitar problemas diplomáticos com a Índia.

    Ademais, o Koh-i-Noor é visto por alguns como uma gema amaldiçoada, associada a má sorte e até morte para seus proprietários. Lendas hindus reverenciam o diamante como uma joia dos deuses, mas também o amaldiçoam por tentativas de roubo por parte de reis humanos. Outra crença afirma que somente mulheres ou deuses podem usá-lo, sendo que qualquer homem que o fizer enfrentará infortúnios.

    Muito mais do que uma pedra preciosa; a joia é um símbolo de riqueza, poder e história, mas também de disputas, dilemas e mistérios que continuam a despertar paixões e debates ao redor do mundo.

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